quarta-feira, 6 de junho de 2007

A vida imita a arte em “O jardineiro fiel”

Nessa semana o governo da Nigéria ingressou com uma ação judicial contra o laboratório norte-americano farmacêutico Pfizer.

O objeto da ação é uma indenização de US$ 6,95 bilhões de dólares pela morte de 11 crianças durante o teste clínico do antibiótico Trovan durante uma epidemia de meningite no país, em 1996.

Segundo o Governo da Nigéria, o laboratório não tinha autorização das agências reguladoras e que os testes foram antiéticos.

O medicamento em questão é o Trovan, que à época, era experimental, utilizou crianças como cobaias humanas.

O laboratório informara que o medicamento encontrava-se no último estágio do seu desenvolvimento, e que haviam provas de que daria um tratamento seguro. Esqueceram de informar foi aos pais das crianças que se tratava de um teste, e que apresentava efeitos colaterais prejudiciais à saúde, tais como: morte, cegueira, surdez e paralisia.
Graças aos teste utilizados nas cobaias humanas na Nigéria, o medicamento não foi aprovado nos EUA, e salvaram-se as criancinhas norte-americanas.

Essa triste história nos remete ao filme “Constant gardner”, ou a tradução livre “O jardineiro
fiel”. O filme de Fernando Meirelles conta a história de um laboratório que testa seus experimentos na população miserável africana. Obviamente, ocorrem mortes misteriosas e jamais investigadas para proteger interesses dessa indústria que movimenta bilhões.

É evidente que não sou contra a evolução da medicina. Atualmente, não precisamos mais nos submeter-mos a procedimentos nazistas, experimentos em humanos, quando as técnicas científicas já são tão avançadas.

Cobaias humanas existem, é fato. Mas deve ser uma opção de pessoas adultas e capazes, após esclarecidas dos benefícios, malefícios e da possibilidade de interromper o experimento a qualquer tempo, e, obviamente, alguma compensação financeira para aliviar os ônus do experimento.

Obs.: Essas famílias que entregaram seus filhos como cobaias, confiantes na boa vontade do laboratório e desesperadas pela saúde dos mesmos, não receberam nada em troca, qualquer tipo de amparo.

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