terça-feira, 26 de junho de 2007

Doméstica não pode, puta pode!


De maneira atrasada venho comentar o fato de uma mulher, em plena madrugada, aguardando no ponto de ônibus a sua condução, ser brutalmente agredida por animais.

O fato passou-se na Cidade Maravilhosa, contra a sra. Sirlei Dias de Carvalho Pinto, agredida na madrugada de sábado pelos srs., Rodrigo Bassalo, 20; o universitário Rubens Pereira Arruda Bruno, 19; o estudante de direito Felipe Macedo Nery Neto, 20; Júlio Junqueira, 21, dono de um quiosque na praia da Barra e estudante de gastronomia; e Leonardo de Andrade, 19, técnico em informática, todos moradores de condomínios de classe alta.

Estamos relativamente acostumados a essas cenas dantescas, brutais, que vez por outra eclodem nas páginas e telas de jornais. Ora são índios, mendigos, alunos em escolas e universidades norte-americanas, agora, uma empregada doméstica.

A falta de sorte dessa sra. começou a desaparecer quando um taxista que presenciou a cena, anotou o número da placa do veículo no qual os agressores empreenderam fuga. A partir de então foi localizado o sr. Felipe Macedo Nery Neto, que aos 20 anos de idade estuda Direito (ou pelo menos está matriculado). Este mesmo sr., quando questionado o por quê de sua atitude (não a de delatar os demais criminosos, mas sim a agressão covarde), respondeu que tentou homicídio contra a vítima por acreditar se tratar de uma prostituta!

Na cabeça dessa criatura existe algo que seleciona qual atividade merece, ou pode sofrer agressão física. Doméstica não pode, puta pode! Não percebe o pobre infeliz, que antes mesmo de alcançar qualquer profissão, o ser, é humano, antes de tudo?

Que critério é esse, fruto de uma mente doentia e vazia de conteúdo, discriminador visual de quem é o quê?

Nesse caso, vamos indagar: puta, com chutes e ponta-pés na cabeça; políticos? Advogados? Juízes? Policiais? Médicos? Fiscais de tributos? E o desempregado? Qual seria a punição para essas profissões?
Se o sr. Nery Neto estuda o Direito, sinto-me muito confortado de não ter sido seu professor, seu colega, e por não ter estudado pelos mesmos livros que ele supostamente lê, e, ainda mais, por ter recebido e assimilado uma educação condizente com o comportamento social harmônico.

Como se não bastasse a agressão, os criminosos roubaram R$ 45,00, os documentos e aparelho celular da vítima.

2 comentários:

Anônimo disse...

Um absurdo! Realmente não dá pra acreditar que ele seria estudante de direito...

Parabéns pelo texto! Você escreve muito bem ;)

Anônimo disse...

Como se não bastasse, o pai de um desses MONSTROS ainda diz: "(...) são CRIANÇAS que ainda fazem faculdadee que não merecem ser presos." Como assim crianças e não merecem ser presos????? Já dizia minha vozinha: quem não faz filho chorar, chora por ele!

Minhas sinceras congratulação para a Senhora Sirlei Dias de Carvalho Pinto, que teve a coragem de denunciar esses bandidos!