segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Adeus ano velho, feliz ano novo

Mais uma etapa está sendo finalizada para aquela grande maioria que segue o calendário gregoriano.
Foram 12 mêses repletos de dias ensolarados, nublados, frios, quentes e agradáveis!
Assim como vários outros demais, igualmente procuro referenciais para estabelecer metas, objetivos a serem alcançados. Datas, acontecimentos, marcos. Esse de 2008 não será diferente, tampouco, será igual aquele que passou.
Neste último suspiro de 2007, espero deixar para trás todo o arrependimento de coisas que fiz e das que deixei de fazer. Dormir menos, ler mais; analisar menos, beijar mais; gastar com menos futilidades, ser mais generoso; preocupar-me menos com as horas, escrever mais! Sepultar antigos sentimentos e permitir que outros emerjam e se fortaleçam com tranquilidade, paz e sabedoria.
Nesta hora de celebrar o fim de um ciclo, só se pode desejar ao que inicia, momentos mais felizes, carreados de realizações e bem estar.
Que bons pensamentos e atitudes sejam praticadas e perecebidas por todos.
Bom Natal passado, melhor ainda o futuro, e 2008 só de alegria!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Começam a ser ouvidos os indiciados do Mensalão

Mal tive tempo de me refazer do susto ao assistir a CPMF sendo derrotada e já me chega outra notícia.
Hoje começam a ser interrogados os indiciados, no relatório do Min. Joaquim Barbosa, no caso dos Mensaleiros. Para quem não lembra, tudo começou com o esquema de propina dentro dos Correios, que mais tarde foi agravado com as denúncias do Roberto Jefferson, e finalmente desaguou na CPI do Mensalão, na qual 40 parlamentares foram indiciados por supostamente fazer parte de uma quadrilha especializada em distribuir dinheiro público para comprar voto dos parlamentares.
Hoje deverão ser tomados em Brasília os depoimentos dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP). Amanhã, devem ser ouvidos Paulo Rocha (PT-PA), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).
Comentei em posts anteriores que o STF jamais conseguiu concluir qualquer tipo de julgamento contra parlamentar. Será que dessa vez vai ser diferente?
Tomara que daqui alguns anos seja não somente eu, mas toda sociedade surpreendida pela divulgação de uma sentença justa e legal, ainda que pela absolvição dos envolvidos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Mudando de rumo, mas no mesmo caminho

Dando uma guinada na linha editorial, mas refletindo ainda meu eu, trago o que é alheio para me expressar.
Quem conhece a minha história, sabe a quem se destina os versos abaixo.


A Um Ausente (Carlos Drummond de Andrade)


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

E agora José?

Confesso que quando soube da votação da CPMF no Senado Federal, fiquei muito pensativo.
Não gritei comemorando os parcos reais que irão sobrar na minha vetusta conta bancária, tampouco ridicularizei o governo pela derrota na votação.
Ninguém é tão fraco das idéias pra imaginar que certamente irá ocorrer retaliações. Óbvio que os mais abastados e a classe pobre, não irá perceber em nada o provável aumento da carga tributária, em virtude da inexistência da verba oriunda da CPMF, a partir de 1 de janeiro de 2008. Como bem se sabe, menos de 20% da arrecadação da CPMF era de fato destinada à saúde pública, todo o resto, era pra pagar cartão de crédito institucional, as esmolas públicas, e despesas parlamentares. Assim, o SUS não irá piorar nem melhorar. Em suma, a CPMF não faz muita falta pra saúde pública não.
Porque digo que a classe média irá sofrer? Porque é a única que não dispõe de meios para fugir, escapar da voracidade fiscal!
Para a manutenção da política assistencialista, bolsa escola, vale gás, etc e tal, vai precisar ser feito um rearranjo da distribuição da receita, além de, tapar o buraco que a CPMF vai deixar.
Não precisa ser vidente que a reforma tributária, que há anos se aguarda, não vai sair nos próximos 6 meses, muito menos para saber que a corrupção que mingua o erário público, não vai cessar ou diminuir para equalizar as contas.
Portanto, estou temeroso do que está por vir.
Para aliviar um pouco essa angústia, e trazer poesia ao blog, reproduzo uma de vulto da literatura brasileira. Espero que apreciem e os deixo com Carlos Drummmond de Andrade.

    JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Heresia jurídica


Hesitei muito antes de registrar minhas impressões pessoais a respeito do caso da adolescente que foi presa por aproximadamente 26 dias, numa delegacia de Abaetetuba, no Pará, arrodeada de animais estupradores, que a violaram física e mentalmente durante todo esse período.
Ao ler hoje uma reportagem em um períodico online, veio a confirmação mais funesta que todos tinham certeza pessoal, mas ainda carente de confirmação por dados públicos.
A verdade é que todos naquele Estado, sabiam das desumanas condições existentes não apenas na delegacia daquela cidade, mas como em várias outras. Até mesmo membros do Tribunal de Justiça conheciam os fatos narrados que chegaram a conhecimento do público.
Ora, se o próprio Tribunal tinha conhecimento, isso significa dizer que a Governadora sabia, o Ministério Público também, assim como a OAB e toda a sociedade e instituições conhecidas como defensoras dos direitos difusos e coletivos.
Me causa asco, me remove as entranhas coabitar, ser da mesma espécie genética desse tipo de ser vivo.
O título do post justifica minha indignação. A pobre Thêmis, juntamente com a menor de idade, foi igualmente violentada todos os dias, a qualquer hora, não apenas por aqueles marginais, anencéfalos, mas por outros que não procedência a violência, com braços, mãos, pênis ou qualquer outro objeto, tomaram emprestado a venda da Deusa da Justiça e a aproveitaram para si. Essa, talvez, tenha sido a maior violência, porque não foi praticada apenas contra a criança, mas contra toda uma sociedade, contra a própria humanidade.
Ah, a foto da Thêmis não está errada, já lhe tomaram a venda, e a balança. Perdeu-se no tempo, e com os homens.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Curta brasileiro vence concurso do YouTube

Os demais são muito bons, mas o brasileiro é fantástico.
Os demais são: Gone In a Flash e My Name Is Lisa. Na minha opinião, o segundo é melhor.
Aqui vai o vencedor:

Parabéns aos criadores!

Reflexões flexíveis

O que nos move adiante?

Escutando uma música em língua estrangeira, que pouco entendia, apesar de conhecê-la minimanente, fui tomado por vários, diversos sentimentos.

Ignorância, felicidade, saudade, medo, curiosidade, coragem, tolerância, viajar, sair, conhecer!

Parece-me pujante a necessidade de delimitar-mos metas, objetivos a serem alcançados, no sentido de dar sentido à vida. Mas, a vida não se basta por si?

Estamos sempre em busca de um melhor emprego, salário, carro, casa, roupa, perfume, e, esquecemos, às vezes, de valores bem mais caros.

Um afago, um abraço, um olhar, um beijo, até mesmo um aceno com a cabeça dão satisfações inenarráveis. Esses cumprimentos, que por vezes sou incapaz de realizar, seja por timidez ou estupidez, estão enraizados em algum lugar, que somente poucos ou poucas conseguem fazer aflorar. Não acredito que seja culpa de algo ou alguém, mas sim uma confluência de fatores que moldam a personalidade da pessoa, segundo alguns, desde antes da concepção, até o último sopro nos pulmões.

Confesso minha introspecção e excesso de senso crítico, até mesmo dirigido contra mim mesmo, o que justifica a introspecção.

Obrigado pela paciente leitura deste texto que foge a regra do escopo dos demais. Não é meu desejo encerrá-lo por aqui, todavia, quem teria tanta paciência?

Portanto, quando me vires reflexivo, sejas flexível!