sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O paradoxo da CPMF e pacote fiscal

Demorou, mas veio. A ressaca da CPMF parece que chegou sem dó nem piedade! Açoitando o bolso do consumidor, seja de qual classe for.
Uma das mudanças operadas pelo governo foi alterar o IOF. O IOF - Impostos sobre as Operações Financeiras - incide sobre operações de crédito, de câmbio e seguro e operações relativas a títulos e valores mobiliários. Porrtanto, bem diferente da CPMF, que só surrupiava nosso dinheiro quando precisávamos dele.
Com o IOF é o contrário. Não temos dinheiros, mas precisando de crédito na praça. É ainda onde mora o perigo.
Imaginemos que geralmente as classes C, D e às vezes a B, utiliza de crédito. Especialmente para comprar uma geladeira, fogão, aparelho de DVD, microcomputador, bicicleta, televisão, tudo parcelado no carnet pelo crediário da própria loja, ou no cartão de crédito, muitas vezes nem pagando o mínimo. Fazendo as contas na ponta do lápis, com o aumento da alíquota do IOF de 1,5% ao ano para 3% ao ano, supera o que se pagaria de CPMF para adquirir o mesmo bem.
Trocando em miúdos, se alguém comprar algo a prazo, deixa agora de pagar CPMF, mas em compensação, paga muito mais IOF do que se ainda existisse o famigerado imposto do cheque. Questiona-se: quem utiliza mais de financiamento? Qual classe social? Ah... mas não tem problema, vem os programas assistencialistas e repõe a perda da renda! Simples assim? Não! O IOF é mais silencioso que a CPMF, um câncer, que mina a longo prazo, embutido, no bolso de quem precisa contratar a crédito.
Parece que acabando com a CPMF, o vencido governo deu o famoso jeitinho de cobrir a cabeça, mas descobrir os pés, do povo já sacrificado.
Outra coisa que não se fala mais. Muito foi reverberado pelo governo que o fim da CPMF iria acabar com investimentos públicos como: estradas, portos, aeroportos, infraestrutura, concursos públicos, etc e tal. Pois bem, mas vem cá, não era a CPMF pra cuidar da saúde não?
Haja aspirina e lexotan!

Um comentário:

Anônimo disse...

Com tanto "programa assistencialista/esmola" pra agradar os pobres eleitores ignorantes e corrupção... há sempre a necessidade de alguém pra bancar isso tudo. O aumento de impostos é mais uma manobra deles pra conseguirem tapar seus próprios buracos.