O Brazil (é, com "Z") mais uma vez sagrou-se campeão!
O motivo é nobre, comemorativo. Saiu no periódico local (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=418546) que o Brasil é campeão em tráfico sexual, figurando o Estado Alencarino como o campeão em fornecimento de matéria prima.
Como ficamos honrados com as nossas esplendorosas mulheres, objeto de cobiça nos mais remotos rincões do mundo.
Só mesmo essa miscigenação maravilhosa que é a formação do povo brasileiro, seria capaz de produz as mais belas mulheres inspiradores de nós, homens, e porque não dizer igualmente mulheres.
Por um lado, poderíamos nos sentir honrados, pela valorização do "produto" nacional, ou seja, Made in Brazil, por outro esgarça a chaga jamais cicatrizada da imagem não apenas da mulher, mas da condição da miserabilidade humana (leia-se, brasileira).
A venda do seu maior bem, a dignidade, é certamente o último degrau da necessidade humana. Submeter-se as lascívias alheias em troca de dinheiro sempre foi uma atitude causadora de asco e repugnância para todo e qualquer meio social.
Bem verdade é que existem pessoas que se submetem a esse comportamento por fascínio, pelo "dinheiro fácil", ou pela curiosidade, outras, e aí onde está o perigo, por necessidade, ou pior, por desconhecimento.
Mulheres são ludibriadas diariamente nos mais variados pontos do país (especialmente Ceará, como afirma a reportagem) com promessas de empregos mirabolantes, para serem modelos, ganharem furtuna, da noite para o dia. Desafortunadas, embarcam nessa tormentosa viagem de difícil retorno.
Se o Brasil é o país do futuro, onde se plantando tudo dá, onde as praias são mais formosas e o sol brilha mais, porque ainda se sente a necessidade de buscar no estrangeiro a felicidade nossa?
Será que de fato não é possível obter boas qualificações, conseguir um bom emprego, após uma boa formação cultural, de preferência pública, gratuita?
Porque vangloriamos tanto o estrangeiro e esquecemos a prata da casa?
Minhas conterrâneas, enquanto estivermos cegos pelas moedas despejadas em conta-gotas do governo, enquanto nos acomodarmos com esse assistencialismo barato, que apenas remedia os sintomas da miserabilidade, padeceremos do mal de confiarmos naqueles que conhecem das nossas fraquezas e se locupletam da desgraça alheia. Onde estão as ações concretas?
Uma pena ainda não termos alcançado o fim do posso para começarmos a escalada de volta. É uma pena desprezarmos a política por ser atualmente um campo fétido, impestado de pragas e animais peçonhentos. Mas, se quisermos tornar a política algo menos podre, deveremos iniciar uma faxina e substituição do lixo, por garis habilitados a varrer a sujeira para o camburão (seja qual for, da polícia, ou do lixão).
Às vassouras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário